Conheça a produção de carne orgânica e sustentável no Pantanal

Presidente da Associação Pantaneira de Pecuária Orgânica e Sustentável falou sobre os desafios e oportunidades da pecuária na região

Conheça a produção de carne orgânica e sustentável no Pantanal

A adesão ao Programa Carne Orgânica e Sustentável do Pantanal vem crescendo desde que o projeto começou, em 2019. No ano passado, pecuaristas pantaneiros de Mato Grosso do Sul enviaram mais de 39 mil bovinos classificados como orgânicos e sustentáveis às indústrias frigoríficas. A quantidade é três vezes maior que o registrado no ano anterior. Os dados são da Associação Pantaneira de Pecuária Orgânica e Sustentável, a ABPO.

Entenda como funciona o Programa Carne Orgânica e Sustentável do Pantanal

Em participação no quadro Pecuária Sustentável na Prática, realizado pelo Planeta Campo em parceria com o Grupo de Trabalho da Pecuária Sustentável (GTPS), o presidente da ABPO, Eduardo Cruzetta, explicou os desafios da produção pantaneira e também às exigências e benefícios de participar do projeto.

“A pecuária no Pantanal é estilo de vida, sabe? É uma decisão de vida, são muitos desafios. O Pantanal é uma região com inúmeras dificuldades. Tem uma beleza natural incrível, é algo deslumbrante, a gente vive isso, contempla isso todos os dias lá. Porém, tem os desafios de você estar lá dentro, que vão desde os desafios de logística, comunicação, acesso à toda ordem de serviços públicos pela distância. Só para você imaginar, a cidade mais próxima da nossa fazenda fica a 150 km e para fazer [o trajeto] de carro são 5 horas”, explicou Eduardo.

Ele também falou sobre às exigências para participar do programa. “O primeiro passo é a fazenda estar localizada ali dentro do Pantanal. Ela estando localizada no Pantanal e usando as práticas pantaneiras tradicionais, que a gente ajustou e adaptou dentro desse protocolo, aliadas com as práticas modernas de sustentabilidade, de precocidade, de tecnologia. (…) A gente precisa muito de rastreabilidade, que é um ponto essencial dentro do protocolo. Então esses animais precisam ser rastreados e o importante é você ter tudo isso certificado. Então a gente passa por auditoria de uma empresa certificadora de terceira parte, que avalia, analisa essas propriedades todos os anos e dá um selo, o certificado de que ela está de acordo com aquele protocolo que rege o nosso sistema produtivo”.

Eduardo explicou, ainda, que as condições do bioma facilitam a produção de proteína animal orgânica. “O certificado orgânico é um certificado do Ministério da Agricultura [Mapa], é um certificado Federal, é um processo Federal e ele tem algumas condições que são extremamente restritivas quanto ao uso de insumos, tanto na parte nutricional quanto na parte sanitária do gado que fazem com que o Pantanal tenha uma predisposição a certificar nesse processo orgânico, tanto que nós temos uma produção de carne orgânica que é um sucesso e está aí já com cerca de 20 anos de existência”.

Confira o quadro Pecuária Sustentável na Prática desta terça-feira (12) na íntegra: