Biotecnologia e defensivos biológicos podem ser o futuro do agro brasileiro

Recursos como as Tecnologias Inovadoras de Melhoramento de Precisão (TIMPs) trazem características inovadoras para o mercado de biosoluções no setor agrícola

As plantas geneticamente modificadas (PGMs) e os microorganismos representam um marco no desenvolvimento do agronegócio brasileiro, impulsionando a produtividade, o valor agregado e a adequação às demandas do mercado.

Hugo Molinari, diretor de pesquisa e desenvolvimento da Sempre AgTech, em entrevista ao Planeta Campo, destacou os avanços e as perspectivas nesse campo dentro do agronegócio.

O mercado brasileiro de PGM se concentra na soja, milho e algodão, com foco na resistência a herbicidas e insetos. Novas soluções, como as Tecnologias Inovadoras de Melhoramento de Precisão (TIMPs), trazem características inovadoras para o mercado.

As TIMPs permitem o desenvolvimento de plantas com características mais precisas, como resistência a doenças específicas, tolerância a estresses abióticos e maior qualidade nutricional. Essa tecnologia abre portas para atender às demandas crescentes do mercado por alimentos mais nutritivos e sustentáveis.

Defensivos biológicos: uma nova era na proteção de cultivos

Biotecnologia E Defensivos Biológicos Podem Ser O Futuro Do Agro Brasileiro

Foto: Envato

Dentro dessas tecnologias, existem os defensivos biológicos, conhecidos como biodefensivos dirigidos. Eles utilizam a tecnologia do RNA interferente para controlar pragas e doenças de forma específica e segura. Esse defensivo pode oferecer diversas vantagens:

  • Alta especificidade: atua apenas no alvo desejado, preservando organismos não alvo como abelhas e borboletas.
  • Segurança para o meio ambiente e para o ser humano: reduz o impacto ambiental e os riscos à saúde humana.
  • Eficiência no controle de pragas e doenças: controla pragas e doenças resistentes aos defensivos químicos tradicionais.

“Essa nova classe de bioinseticidas, se comparada com os defensivos agrícolas tradicionais disponíveis no mercado, apresenta diferenças significativas. Enquanto os defensivos agrícolas convencionais contêm moléculas químicas que muitas vezes variam em graus de toxicidade, os bioinseticidas geralmente são compostos por organismos vivos ou substâncias naturais derivadas de plantas, microrganismos ou minerais. Esses bioinseticidas tendem a ser mais específicos em relação ao alvo que visam controlar, atingindo determinadas pragas sem afetar adversamente outras espécies, conhecidas como não alvo”, diz Hugo.

O mercado de defensivos biológicos está em rápido crescimento, com grande potencial para revolucionar a forma como se protege as plantações.

“É uma tecnologia muito segura e inovadora, com alvo específico, que está revolucionando o mercado de defensivos agrícolas. Uma vantagem adicional é que não requer alterações significativas no modo de utilização em comparação com os defensivos agrícolas convencionais. Isso significa que os agricultores podem integrar facilmente esses bioinseticidas em seus sistemas de manejo de culturas sem a necessidade de ajustes operacionais significativos. Essa familiaridade no uso pode facilitar a adoção e a transição para esses novos produtos”, finaliza.