Amazonas provoca Jeff Bezos, da Amazon, a investir na região

Governador do estado lançou campanha para chamar atenção do bilionário, já que a empresa dele leva o nome da floresta

Amazonas provoca Jeff Bezos, da Amazon, a investir na região

O governador do Amazonas, Wilson Lima, abriu oficialmente a programação da 12ª Reunião Anual da Força Tarefa de Governadores de Clima e Florestas (GCF Task Force), que aconteceu nesta quinta-feira (17), com uma provocação ao bilionário Jeff Bezos, dono da Amazon.

Com um vídeo da campanha Real Amazon, o estado chamou a atenção da empresa do bilionário, que usa o nome da floresta, para se juntar aos esforços de preservar a Amazônia e investir no desenvolvimento sustentável da região.

O vídeo lembra que a Amazon faturou 113 bilhões de dólares em 2021. Mas ressalta que Bezos ainda não conhece a região, cujo valor é incalculável para a humanidade.

Confira a provocação a Jeff Bezos no vídeo da campanha Real Amazon:

Na abertura do GCF, Wilson Lima também lançou o programa Guardiões da Floresta, um dos maiores sistemas de Pagamentos por Serviços Ambientais (PSA) do mundo e convidou investidores a conhecer a Amazônia.

O evento ainda teve a assinatura do Plano de Ação de Manaus e o governador do estado, que também é o atual presidente da força-tarefa, destacou que os povos amazônicos são os mais interessados ​​em preservar a floresta. Ele fez um apelo para que grandes empresários e empresas apoiem iniciativas para preservar o meio ambiente e fazer com que o desenvolvimento chegue a quem vive na floresta.

“O mundo hoje olha para a floresta e só vê as árvores. O mundo olha para a floresta hoje e não vê que, entre as árvores, há pessoas reais vivendo aqui. É como se, só aqui no Brasil, 38 milhões de cidadãos – uma população maior do que Noruega, Finlândia, Dinamarca, Portugal e Suécia juntos – simplesmente não existissem. Aos olhos do mundo, hoje, somos 38 milhões de pessoas invisíveis”, disse Wilson Lima.

O evento, organizado pelo Governo do Estado, reúne no Centro de Convenções Vasco Vasques, os governadores do Amazonas, Acre e Amapá, o vice-governador de Mato Grosso, ao lado de cinco governadores da Colômbia , México, Indonésia e Peru, e mais de 150 líderes de diversos países com florestas tropicais.

“Termino meu discurso fazendo dois convites a todos – dos países ricos aos brasileiros que vivem nas regiões mais desenvolvidas do Brasil. A primeira: conhecer a Amazônia. A segunda: investir na Amazônia. Venha gerar renda e oportunidades para as pessoas que vivem na Amazônia. Nosso pessoal é trabalhador, talentoso e valioso. Queremos e precisamos da ajuda de todos para manter a floresta em pé e continuar progredindo para melhorar a vida de nossas crianças”, enfatizou Wilson Lima.

Guardiões da Floresta

Wilson Lima lançou, na abertura da reunião do GCF, o edital de seleção de Organizações da Sociedade Civil (OSCs) que podem implementar e executar o programa Guardiões da Floresta, uma reestruturação do Bolsa Floresta. As entidades sem fins lucrativos interessadas devem apresentar requerimento de gestão administrativa, financeira e ambiental, sob a tutela da Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema).

Entre as principais novidades do programa está o aumento de 100% no valor da indenização paga às famílias residentes nas Unidades de Conservação Estadual (UCs). A bolsa vai de R$ 50 a R$ 100. Também houve um aumento de 50,5% no número de famílias beneficiadas, de 9.400 para 14.150 beneficiários.

Além disso, o programa Guardiões da Floresta amplia a abrangência do PSA: das 16 Unidades de Conservação inicialmente beneficiadas para agora atender 28 Unidades de Conservação em seu entorno, incluindo comunidades ribeirinhas, tradicionais e indígenas.

Plano de Ação de Manaus

O “MAP”, sigla para Plano de Ação de Manaus, é o principal resultado coletivo da 12ª Reunião Anual do GCF. É um documento norteador para as próximas ações da força-tarefa, tanto conjuntas quanto locais.

O documento coloca como prioridade da agenda do GCF o combate à pobreza, que ainda prevalece em áreas de floresta tropical. Dessa forma, o Plano trará o desenvolvimento da bioeconomia como eixo estruturante para qualquer iniciativa subnacional de combate ao desmatamento ilegal e para o desenvolvimento de uma economia de baixas emissões.

A proposta da força-tarefa do GCF é que os estados membros possam utilizar o Plano de Ação de Manaus como mecanismo de captação de recursos para desenvolver estratégias ambientais voltadas ao fortalecimento das populações tradicionais e à redução das desigualdades sociais dos povos da floresta.

Além do MAP, o governador Wilson Lima também assinou um Memorando de Entendimento (MOU) entre os membros da força-tarefa brasileira do GCF da Amazônia e a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID).

A parceria visa apoiar programas e projetos de interesse mútuo, com foco na conservação da biodiversidade amazônica, no uso sustentável dos recursos naturais e no desenvolvimento de parcerias com empresas do setor privado, de acordo com a disponibilidade de recursos humanos e financeiros.

Regularização fundiária

Além de lançar o programa Guardiões da Floresta, o governador Wilson Lima também anunciou a entrega de Concessões de Direito Real de Uso (CDRU) para moradores de 13 Unidades de Conservação (UC), beneficiando mais de 7,3 mil famílias.

O documento concede o território das Unidades de Conservação às comunidades tradicionais, garantindo a regularização fundiária da unidade de conservação, a comprovação de atividades sustentáveis ​​para fins previdenciários e o acesso às políticas governamentais de acesso ao crédito rural.

Ciência, tecnologia e inovação

A abertura do encontro também foi marcada pelo lançamento da iniciativa Amazônia +10, parceria desenvolvida no âmbito do Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap) e do Conselho Nacional de Secretários Estaduais de C&I (Consecti) para promover ciência, tecnologia e inovação na região amazônica.

O fundo envolve todas as Fundações de Amparo à Pesquisa (FAP’s) do Brasil, com recurso inicial de R$ 100 milhões. A meta a ser alcançada é o financiamento de R$ 500 milhões, por meio de parcerias com fundações estaduais de pesquisa, governos, iniciativa privada e organismos internacionais para o desenvolvimento de projetos de Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I) na região da Amazônia Legal.

 

*Com informações do GCF Task Force