Fiagro: oportunidades sustentáveis de investimento no agronegócio

Segundo o colunista Caio Magri, o Fiagro é um dos maiores parceiros do produtor rural quando o tema é financiamento e sustentabilidade

O Fundo de Investimento nas Cadeias Produtivas Agroindustriais (Fiagro) representa uma inovação no mercado financeiro brasileiro, proporcionando oportunidades de investimento no setor do agronegócio.

Criado em março de 2021 pela Lei nº 14.130, o Fiagro tem como objetivo ampliar o acesso da agropecuária aos recursos financeiros, abrindo as portas para investidores em geral, inclusive pessoas físicas e jurídicas. Além disso, o Fiagro destaca-se por sua preocupação com a sustentabilidade e a preservação ambiental, buscando promover práticas agrícolas responsáveis e contribuir para o desenvolvimento sustentável.

Investindo no futuro

Uma das características mais notáveis do Fiagro é a sua capacidade de investir em ativos sustentáveis do agronegócio, como imóveis rurais que respeitem os princípios de conservação ambiental e práticas agrícolas responsáveis.

Essa abordagem busca incentivar a adoção de modelos de produção que conciliem o crescimento econômico com a preservação dos recursos naturais e a redução dos impactos ambientais.

Promovendo a Agroindústria Sustentável

Ao investir em ativos do agronegócio, o Fiagro contribui também para impulsionar a agroindústria sustentável.

“Os recursos captados são direcionados não apenas para a aquisição de imóveis rurais, mas também para investimentos em atividades produtivas relacionadas ao setor agroindustrial”, destaca Caio Magri, colunista do Planeta Campo.

Dessa forma há a facilitação em financiar projetos que promovam a eficiência energética, a utilização responsável dos recursos hídricos, a conservação da biodiversidade e a adoção de boas práticas agrícolas.

Inovação e Desenvolvimento Sustentável

Além de investir em ativos do agronegócio, o Fiagro também tem a possibilidade de investir em títulos de crédito e valores mobiliários emitidos por empresas da cadeia produtiva do agronegócio.

“Essa diversificação de investimentos amplia as oportunidades de apoio a projetos inovadores que buscam impulsionar o desenvolvimento sustentável, como startups agrícolas que promovem a agricultura de precisão, a produção orgânica e o uso de tecnologias limpas” ressalta Magri.

Direitos Creditórios e Securitização Agroambiental

No âmbito do Fiagro, destacam-se os Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (Fiagro-FIDC), que direcionam recursos para a agroindústria por meio de direitos creditórios.

Esses direitos são lastreados em operações relacionadas ao agronegócio, como financiamentos agrícolas e contratos de fornecimento de insumos. Além disso, o Fiagro também incentiva a emissão de títulos de securitização lastreados em direitos creditórios (quem tem dinheiro a receber pode transferir esse valor a um terceiro) do agronegócio, impulsionando o desenvolvimento de um mercado agroambiental sustentável.

Investimentos de Longo Prazo

Uma característica importante do Fiagro é a possibilidade de ser constituído como um fundo de condomínio fechado, sem uma data estabelecida para liquidação. Isso permite que os investidores interessados em promover o desenvolvimento sustentável no agronegócio tenham a oportunidade de investir a longo prazo, acompanhando o crescimento e a valorização dos ativos do setor.

O Fiagro representa uma importante inovação no mercado financeiro brasileiro, proporcionando acesso aos investimentos no agronegócio para um público mais amplo. Ao direcionar recursos para ativos sustentáveis do setor, o Fiagro contribui para o desenvolvimento de uma agroindústria responsável, comprometida com a preservação ambiental e o desenvolvimento sustentável.

“Com investimentos de longo prazo e foco na inovação, o Fiagro se posiciona como uma ferramenta para impulsionar a transformação positiva do agronegócio brasileiro, promovendo um futuro mais sustentável e próspero” finaliza Magri.

Caio Magri
Caio Magri é graduado em Sociologia pela USP, foi gerente de políticas públicas da Fundação Abrinq pelos Direitos da Criança, além de coordenador do Programa de Políticas Públicas para a Juventude da Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto (SP). Sob a coordenação de Oded Grajew, integrou a equipe da Assessoria Especial do ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, em 2003. Atualmente é presidente do Instituto Ethos e participa como membro dos seguintes conselhos: Transparência Pública e Combate à Corrupção (CGU); Pró-Ética (CGU); Agro + (MAPA); Infra + (MInfra); Rede Nossa São Paulo; Instituto de Apoio a Crianças e Adolescentes com Doenças Renais (ICRIM); Associação São Agostinho (ASA); Instituto Brasileiro de Autorregulação no Setor de Infraestrutura (IBRIC); Instituto Ética e Saúde; e Fundo JBS Amazônia.