Fazenda encurta o ciclo de produção com genética aliada à nutrição

Prática permite a Agropecuária Nelore Paranã abater animais até um ano mais jovens em comparação à media nacional

Fazenda encurta o ciclo de produção com genética aliada à nutrição

Com o objetivo de encurtar o ciclo de produção e terminar os animais com um ano a menos que a média nacional, a Agropecuária Nelore Paranã vem investindo na seleção genética do rebanho aliada às melhores práticas de nutrição.

“Tudo que nós buscamos aqui na Agropecuária Nelore Paranã é justamente isso, ou seja, dos tradicionais 36 meses, que seria o boi de três anos, a gente procura fazer o abate dos animais, com as estratégias nutricionais que a gente utiliza, ao redor de 21/22 meses. E, logicamente, para isso você gasta mais no investimento nutricional. Mas isso é compensado pela questão temporal”, conta Rogério Peres, que é diretor de pecuária da propriedade.

Para que o gado consiga converter a dieta em desempenho produtivo com eficiência, a fazenda investe no melhoramento genético do rebanho. “A genética é fundamental, eu acredito que não adianta a gente ter um ambiente extremamente favorável, seja ele de qualidade de pastagens, seja de nutrição, se o animal não tiver potencial genético”, diz Peres.

Rogério também explica a importância de trabalhar com assertividade, já que um erro pode significar muito tempo de trabalho perdido na pecuária. “A gente olha para as outras espécies, aí no caso das proteínas de origem animal, de frango e suína, e o grande diferencial, por ter um intervalo de geração muito mais curto, a seleção genética ajuda muito, porque o intervalo entre geração é muito menor. No caso da cadeia bovina, esse intervalo é muito maior e é por isso que nós temos que nos preocupar ainda mais, porque quando você erra, você erra por um longo prazo e aí você demora para detectar esse erro”, alerta.

No processo de seleção das características produtivas desejáveis para o rebanho, a Nelore Paranã utiliza o PMGZ, o Programa de Melhoramento Genético de Zebuínos. Eles selecionam “precocidade sexual, crescimento, que nesse caso é representado pelo ganho de peso ao desmame, peso aos 450 dias, e as características de carcaça, que são área de olho de lombo e gordura. Dentro disso, a avaliação dentro do gado puro, os grupos de contemporâneos, um intra-rebanho muito bem feito e, além disso, a gente incorporou à criação a eficiência alimentar, através do uso do Intergado”, explica Rogério Peres.

Ele também lembra que as ferramentas de melhoramento genético e os sumários de animais avaliados são acessíveis à todos. “Está disponível, é [como] um cardápio, é como se a gente chegasse no restaurante para escolher um prato. No caso da seleção genética, hoje a gente escolhe os touros através de um menu, onde você tem ali a validação do que é interessante para o seu projeto. No nosso caso, como a gente trabalha com um projeto de ciclo curto, a gente quer que os animais respondam às tecnologias que a gente usa, mas eles têm que ter essa genética para que com um bom manejo de pasto, com um bom manejo nutricional, eles manifestem esse potencial”, exemplifica Peres.

Os cuidados com genética e nutrição permitem à propriedade diminuir o ciclo e produzir mais carne, em menos tempo e em uma área reduzida, promovendo a sustentabilidade da pecuária.

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