Tecnologia promete baratear e agilizar inventários florestais na Amazônia

Os inventários florestais tem como objetivo mapear as espécies que compõem uma determinada floresta, facilitando o processo de conservação daquela região

A Embrapa Acre, em parceria com o Fundo JBS pela Amazônia, está lançando uma tecnologia inovadora que promete revolucionar os inventários florestais na Amazônia.

O projeto GeoFlora, utilizando drones, sensores, inteligência artificial (IA) e sistemas de informação geográfica (SIG), visa automatizar o reconhecimento e contagem de diferentes tipos de árvores, incluindo as de interesse comercial.

Bruno Pena, chefe geral da Embrapa Acre, explica como funcionam esses inventários.

“Eles tem como objetivo mapear as espécies que compõem uma determinada floresta. Por exemplo, se planejamos realizar o manejo madeireiro em uma área, precisamos saber exatamente quantas árvores de interesse comercial estão presentes e onde estão localizadas. Em resumo, o inventário visa determinar com precisão o tamanho da área florestal, as espécies de árvores presentes e sua distribuição espacial.”

Tradicionalmente, os inventários são realizados por equipes de mateiros que percorrem a floresta a pé, um processo lento, arriscado e com alto custo.

“São pessoas com grande experiência na identificação das espécies, e elas avançam a pé, abrindo caminho, o que é um trabalho arriscado, pois ficam muitos dias na floresta. No entanto, hoje, com a tecnologia de drones, esse processo é totalmente disruptivo. Com um drone, é possível mapear até 2000 hectares, enquanto uma equipe de mateiros consegue avançar apenas 20 hectares por dia.

Tecnologia disruptiva para uma floresta sustentável

Tecnologia Promete Baratear E Agilizar Inventários Florestais Na Amazônia

Foto: Embrapa

O GeoFlora surge como uma solução para esses desafios. Através de drones e IA, o projeto mapeia as florestas de forma rápida, precisa e barata. Bruno destaca a capacidade de identificar árvores de açaí, por exemplo, facilitando a exploração para madeireiros e não madeireiros.

“Atualmente, voamos com o drone, obtemos as imagens e as analisamos no computador, geralmente com acesso a redes 5G para uma latência reduzida. Com o 5G, poderíamos até mesmo fazer essa análise em tempo real, recebendo as informações imediatamente enquanto o drone sobrevoa a floresta, facilitando o reconhecimento das árvores”

Os inventários também fornecem dados valiosos sobre o estoque de carbono e a dinâmica da biomassa.

“Ao avaliar com precisão a dinâmica da floresta amazônica, podemos determinar com mais certeza a quantidade de biomassa e, consequentemente, a quantidade de carbono armazenada naquele pedaço. Utilizamos uma ferramenta associada ao drone,que nos permite obter imagens tridimensionais da floresta. Com isso, conseguimos uma precisão significativa na estimativa da biomassa presente na região. Essas informações são essenciais, por exemplo, para serviços ambientais e créditos de carbono.”