Governo Federal lança Atlas de Potencial Energético dos Resíduos Sólidos

Nova ferramenta vai mapear regiões com maior potencial de aproveitamento do lixo para geração de energia

Governo Federal lança Atlas de Potencial Energético dos Resíduos Sólidos

A produção de energia elétrica a partir do reaproveitamento de resíduos sólidos avança como política efetiva no Brasil. Após realizar o primeiro leilão para compra de energia gerada a partir do lixo, em setembro deste ano, o Ministério do Meio Ambiente lança o Atlas de Potencial Energético dos Resíduos Sólidos, uma iniciativa para mapear regiões com o maior potencial de investimentos neste setor.

O documento foi apresentado nesta quarta-feira (8) pelo ministro Joaquim Leite durante o I Seminário Desafios da Geração de Energia Elétrica com Resíduos Sólidos Urbanos, promovido pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). O Atlas de Potencial Energético dos Resíduos Sólidos estará disponível em versão digital e traz todas as informações sobre locais onde o lixo pode ser transformado em energia, criando um ambiente de negócios mais favorável. O objetivo é ampliar investimentos e a geração desse tipo de energia em todo o país.

O ministro do Meio Ambiente explicou que a ferramenta dará as diretrizes para que o governo possa desenhar políticas, alcançando a meta de redução de 30% das emissões de metano até 2050, compromisso assinado durante a Conferência das Nações Unidas para Mudanças Climáticas (COP26). “O Atlas traz todas as informações para montarmos estratégias para que este setor cresça, de forma que possamos atingir a meta de redução de metano, além de trazer mais qualidade de vida pra quem mora na cidade”, destacou Joaquim Leite.

Presente no seminário, o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, falou da importância das políticas do governo que vem investindo, cada vez mais, em diversificação de sua matriz energética, substituindo combustíveis fósseis por energia limpa e sustentável. “O Brasil tem assumido, cada vez mais, um protagonismo em suas participações em eventos internacionais, como a COP26, e fóruns em que se debate a transição energética e o quanto são importante as políticas e programas que desenvolvemos no país”, afirmou.

O secretário de Qualidade Ambiental do MMA, André França, citou uma série de aspectos positivos para o desenvolvimento de novas tecnologias para a recuperação energética que podem resultar em novas formas de geração de energia, como é o caso dos resíduos sólidos. Segundo ele, uma grande cadeia deve se movimentar para atender o novo mercado. “É uma porta que se abre para o desenvolvimento importante de uma tecnologia, movimentando uma série de outros segmentos, gerando empregos”, conclui.

Joaquim Leite ressaltou ainda o desafio enfrentado pelo governo para tirar do papel a Agenda Ambiental Urbana, promovendo ações de recuperação e preservação nas cidades, onde vive 85% da população brasileira. Ele citou o Atlas de Recuperação Energética como mais uma das frentes previstas pelo programa Lixão Zero, que incentiva parcerias com o setor privado na gestão dos resíduos sólidos. Segundo o ministro, com a ajuda das empresas será possível acabar com aterros, aproveitar os resíduos e ainda levar qualidade de vida pra quem mora na cidade. “Nada melhor que transformar aquilo que vemos como um problema, que são os resíduos e lixões a céu aberto, em oportunidade de geração de energia. Transformar um aterro num posto de combustível de energia elétrica”, pontuou o ministro.

O desenvolvimento do Atlas de Recuperação Energética de Resíduos Sólidos, é fruto de um acordo assinado pelo Ministério do Meio Ambiente junto com as associações Brasileira de Cimento Portland (ABCP), a Brasileira de Empresas de Tratamento de Resíduos e Efluentes (Abetre), a Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe) e a Brasileira de Biogás (Abiogas). As associações fazem parte da Frente Brasil de Recuperação Energética de Resíduos.

Preservação e qualidade de vida

A pesquisa “Saúde Desperdiçada”, encomendada pela Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), mostra que o custo dos lixões para a saúde pública do Brasil chega a US$ 1 bilhão por ano.

Ao fazer um balanço do programa Lixão Zero, o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite reafirmou o compromisso do governo com o fechamento desses locais em todo o país. Em pouco mais de 2 anos, o governo já fechou mais de 649 lixões e investiu R$ 200 milhões para ampliar a coleta seletiva do lixo, beneficiando associações e cooperativas de catadores.

Ações que também estão alinhadas ao Marco Legal do Saneamento Básico e ao Programa Crescimento Verde, lançado há dois meses e que já possui uma carteira de R$400 bilhões em bancos públicos para investimentos em projetos de preservação, recuperação e geração de empregos verdes.

Com informações do Ministério do Meio Ambiente