Leite carbono neutro: como produção pode compensar emissões de poluentes

Em Itirapina, interior de São Paulo, produção de leite carbono neutro já começou. Inventário é feito para compensação de emissões de CO2

Uma dúvida recorrente do produtor é como conquistar o título de certificação “Carbon Free“. Existem várias organizações não governamentais que concedem este selo para produtores que adotam boas práticas no campo.

A questão ambiental chega a todas as produções, e agora existem até tipos de leite carbono neutro.

Ao Planeta Campo, Osvaldo Stella, diretor de sustentabilidade da marca NoCarbon, explica que, no caso deles, a certificação foi por meio da ONG Iniciativa Verde.

“O primeiro passo é fazer um inventário das emissões, onde a gente sabe não apenas o total de carbono emitido, mas também um diagnóstico do sistema, para entender como onde estão as principais fontes de emissão do gás do efeito estufa. Aí a ONG estima o tamanho da floresta que precisa ser plantado”, explica.

O inventário tem que ser feito anualmente, para que o melhor resultado seja obtido.

Leite carbono neutro no interior de São Paulo

Leite Carbono Neutro

Stella também integra a gestão da Fazenda da Toca, que fica em Itirapina, interior de São Paulo.

Na área, de 132 hectares e 440 vacas, a expectativa é que sejam plantadas 7.500 árvores nativas para compensar a emissão de 1,2 milhão de tonelada de gases tóxicos e assim deixar o leite carbono neutro.

Investimento no valor agregado do produto

Producao Leite | Planeta Campo

O investimento feito desde 2018 para a produção do leite carbono neutro somou até agora cerca de R$ 5 milhões.

A produção, que gira em torno de 4 mil litros por dia, deve ser triplicada devido a demanda pelo leite engarrafado.

A meta é faturar entre R$ 30 milhões e R$ 50 milhões com a novidade até dezembro de 2022.

“É um investimento no valor agregado, sem sombra de dúvidas. O selo Carbon Free é o desejo do produtor em ter um produto que não seja agressivo ao meio ambiente, de forma que possa dar a certeza para o consumidor que o bem-estar animal e a sustentabilidade não são deixadas de lado.”, complementa.