Mulheres ganham espaço no setor da soja e percebem a sustentabilidade como oportunidade

Se em 2012 as mulheres respondiam por 6% dos 18,5 mil trabalhadores, em 2019, responderam por 9%

Mulheres ganham espaço no setor da soja e percebem a sustentabilidade como oportunidade

É evidente que há um predomínio do gênero masculino no setor da soja e no agronegócio. Entretanto, o número de mulheres atuando no sistema agroindustrial da soja tem crescido nas últimas décadas, assim como o seu protagonismo nas decisões. Esse processo ocorre em meio a um contexto dinâmico, que envolve a sucessão familiar, a profissionalização do setor, as maiores exigências de consumidores, o aumento da competitividade e a necessidade de buscar inovações. Nesse sentido, as mulheres percebem a sustentabilidade como um desafio para a imagem do setor, ao mesmo tempo em que acreditam ser uma oportunidade para o desenvolvimento do agronegócio brasileiro.

Sobre esse tema, um estudo especial divulgado pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, e realizado em parceria com a CI-Brasil (Conservação Internacional Brasil), traz dados demográficos e sociais da presença feminina no sistema agroindustrial da soja no Brasil e importantes percepções das mulheres que atuam no setor com relação aos desafios e à sustentabilidade.

Matopiba

Os dados da PNAD mostram que, na região de Matopiba (que compreende os estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), fronteira produtiva da soja, a proporção de mulheres que atuam nas lavouras do grão vem aumentando. Se em 2012 as mulheres respondiam por 6% dos 18,5 mil trabalhadores, em 2019, responderam por 9% de 24,6 mil trabalhadores. Em média, são mais qualificadas do que os homens, mas recebem rendimentos menores.

O Planeta Campo desta sexta-feira (19) conversou com a pesquisadora do departamento de economia e estatística da secretaria de planejamento, governança e gestão do Rio Grande do Sul, Mariana Lisboa, sobre a presença das mulheres na agropecuária. uma pesquisa recente do departamento de economia e estatística do estado do rio grande sul mostrou novos dados. os gaúchos servirão de exemplo pois 71% dos empresários e trabalhadores rurais são homens.

Realidade

Essa desigualdade, quando investigada, evidencia algumas realidades pois, mesmo com condições familiares para estudarem, os homens se capacitam primeiro. O relatório demonstra também a importância de incentivar as mulheres no estudo, no empreendedorismo e até a ter mais acesso a créditos.

De acordo com a pesquisadora, apesar da população do Estado ser composta por 51% de mulheres, menos de 30% corresponde ao setor agropecuário. ‘Se avaliarmos a agricultura familiar, menos de 12% dos dirigentes são mulheres”, completou. 

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