Agronegócio brasileiro é fundamental para redução da emissão de carbono, afirma professora do Insper

Priscila Borin Claro considera que o Brasil leva vantagem ao poder desenvolver tecnologias para redução de emissões de carbono em relação a países como Estados Unidos e China

O Brasil precisa se desenvolver de forma justa e pensando nos recursos naturais, e oportunidades para isso tem. É o que afirma Priscila Borin Claro, professora associada e coordenadora de Responsabilidade Social e Expansão do Insper, durante a abertura do Planeta Campo Talks, em São Paulo.

Ao apontar que o Brasil é o sexto maior emissor de carbono, a professora explica que grande parte das emissões tem a ver com as escolhas energéticas — como a indústria, transporte, energia para uso doméstico e comercial. Nos Estados Unidos e China, apenas 18% tem relação com o uso do solo, enquanto o Brasil tem mais de 74%. Apesar de significativamente mais alto, Priscila considera isso como uma vantagem, e afirma que o agronegócio brasileiro é uma grande porta para isso.

China e Estados Unidos tem que fazer mudanças significativas na infraestrutura para reduzir as emissões com relação à energia, enquanto o Brasil tem outras alternativas, especialmente quando olhamos os dados do desmatamento, onde houve redução ao mesmo tempo que o Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio subiu”, afirma.

Insper Planeta Campo Talks | Planeta Campo

Foto: Reprodução

Exemplificando algumas das ações que o Brasil já adotou, estão a Política Nacional de Mudança do Clima, o Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal, Plano de Recuperação da Vegetação Nativa, o Plano ABC –de redução de carbono, e o RenovaBio.

Porém, a professora acredita que algumas medidas mais urgentes precisam ser tomadas, como a definição sobre o Mercado Regulado de Carbono. 

Não dá mais para negar que a emergência climática, que o desenvolvimento insustentável tá aí. Não estamos no ponto de discutir qual é o mundo que queremos, mas sim discutir o mundo que precisamos”, conclui.

Priscila citou ainda outros três desafios que o país tem que lidar neste momento:

  • Engajar a população para participar dessa mudança de mentalidade para preservação dos recursos naturais
  • Expandir o conhecimento sobre o conceito de consciência climática
  • Articular e integrar os diversos setores econômicos

Assista ao vivo o Planeta Campo Talks

Com o tema central “O futuro do agronegócio brasileiro no palco mundial”, o Planeta Campo Talks vai discutir como a Amazônia sustentável é possível, e quais os desafios que o país terá que enfrentar para alcançar um desenvolvimento do agronegócio de forma sustentável.

O evento, que acontece nesta quarta-feira, tem outros nomes de peso no comando dos debates, como o Secretário Adjunto de Inovação do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) Pedro Alves Corrêa Neto; o Coordenador de Sustentabilidade da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Nelson Ananias; a diretora técnica da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Sula Alves; e Ricardo Mastroti, diretor executivo do CEBDS.