Projeto incentiva bioeconomia na agricultura familiar no Pará

Estudo coordenado pela Embrapa busca fortalecer agricultores extrativistas e incentivar a restauração e conservação de reservas florestais

Uma pesquisa sobre o manejo e produção de óleo de andiroba começa na primeira quinzena de janeiro de 2024, no município de Nova Ipixuna, no Pará.

O estudo, coordenado pelo engenheiro-agrônomo Ademir Ruschel, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), é apoiado pela Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (Fapespa).

A pesquisa pretende promover o fortalecimento de agricultores extrativistas na cadeia da sociobiodiversidade da andiroba, e assim garantir a manutenção da floresta em pé e a conservação de recursos naturais em propriedades de agricultura familiar.

Além do manejo da produção e das árvores de andirobeiras nas reservas florestais das famílias envolvidas, buscando aumentar o número de árvores e a produtividade, o projeto visa estimular as boas práticas para o beneficiamento do óleo, reduzir custos na extração e beneficiamento, e obter melhor qualidade para garantir o comércio contínuo e reconhecimento de origem.

“Implementado o manejo produtivo da cadeia da andiroba em algumas propriedades do assentamento, o que for bom e positivo irá se disseminar naturalmente para as demais propriedades da agricultura familiar”, explica Ademir Ruschel.

As visitas de campo com os agricultores já começam nos primeiros 15 dias de janeiro. Além do contato com as famílias do assentamento para apresentar os detalhes do projeto, serão mapeadas as propriedades que têm interesse em ser incluídas.

O diretor-presidente da Fapespa, Marcel Botelho, destaca que o projeto é fundamental para o desenvolvimento da Bioeconomia no Pará.

“O reflorestamento, o enriquecimento da terra com plantas naturais e de uso econômico faz com que o novo uso do solo também seja viável economicamente”, afirma.

O edital de apoio a projetos científicos de pesquisadores vinculados a Institutos de Ciência e Tecnologia (ICTs) paraenses, do qual o projeto faz parte, vai investir mais de R$ 1,2 milhão, divididos entre custos e capital.

Um diferencial do edital foi a prioridade dada à destinação de recursos financeiros a pelo menos quatro projetos, coordenados por pesquisadores vinculados a ICTs descentralizados da Região Metropolitana de Belém.