COP: JBS apresenta aditivo que reduz em 17% a emissão de gases de efeito estufa na pecuária

De acordo com o estudo feito pela empresa, a dieta evitou a emissão de mais de 30,2 mil toneladas de dióxido de carbono (CO₂) equivalente nos confinamentos da JBS

Em painel realizado nesta quarta-feira (6) na COP28, em Dubai, a líder de Ações Climáticas da JBS Brasil, Sheila Guebara, apontou como a Companhia vem atuando por meio de investimentos e parcerias com a academia para contribuir para o avanço de uma pecuária de baixo carbono, em particular para enfrentar o desafio de reduzir as emissões do metano entérico, gás liberado pelo processo digestivo do gado.

“Mais recentemente, no Brasil, a JBS fez acordo com o Instituto de Zootecnia da Secretaria de Agricultura do Estado de São Paulo para explorar o potencial de aditivos alimentares para reduzir as emissões dos bovinos”, afirmou a executiva.

O estudo concluiu que o uso do aditivo alimentar à base de mistura de taninos e saponinas SilvaFeed BX® reduz as emissões em até 17% para o gado de corte confinado. Entre 2019 e 2022, essa dieta evitou a emissão de mais de 30,2 mil toneladas de dióxido de carbono (CO₂) equivalente nos confinamentos da JBS.

“Esse volume equivale a retirar de circulação cerca de 24 mil carros a gasolina ou plantar mais de 2 mil árvores no período”, disse.

“É importante ressaltar que a metodologia de medição desenvolvida no estudo permitirá que a JBS e outras empresas do setor registrem a redução de emissões em seus balanços de Gases de Efeito Estufa (GEE) no futuro”, afirmou Sheila. O estudo foi realizado por pesquisadores do novo Centro de Neutralidade Climática em Gado de Corte em Regiões Tropicais do Instituto de Zootecnia.

Eles monitoraram os animais no confinamento da JBS em Guaiçara, no interior de São Paulo. Outros projetos de pesquisa em escala comercial no Brasil incluem a investigação da eficácia do capim-limão e de outros aditivos alimentares disponíveis no mercado para redução do metano entérico.

Além de pesquisas relacionadas à dieta dos animais, a JBS Brasil também tem trabalhado com sua cadeia de fornecimento para melhorar a produtividade e reduzir o tempo de criação do gado, aumentando a produção de alimentos e diminuindo a intensidade das emissões ao mesmo tempo.

Nos Estados Unidos, a JBS USA firmou parceria com a Greener Cattle Initiative, uma organização multissetorial. A iniciativa serve como uma plataforma para a cadeia de valor compartilhar conhecimento e acelerar o desenvolvimento de tecnologias escaláveis e comercialmente viáveis que reduzam as emissões de metano entérico, permitindo a produção sustentável de carne bovina e leite.

No mesmo país, a JBS apoia o Programa AgNext da Colorado State University para identificar melhores práticas e lacunas de conhecimento em estratégias de redução de metano.

A Companhia também investiu em um confinamento na Universidade de Nebraska para testar novas tecnologias de precisão, enfrentar os desafios ambientais enfrentados pela indústria alimentícia, melhorar o desempenho e o bem-estar do gado, ao mesmo tempo, em que compara diferentes ambientes e sistemas de alojamento.

Energia limpa e renovável

Cop, Jbs

Foto: JBS

Em outra frente, nesse caso para lidar com as emissões de metano de suas operações industriais, a JBS investiu mais de R$ 220 milhões globalmente em projetos de captura desse gás. A empresa possui projetos desse tipo em 14 fábricas nos Estados Unidos e no Canadá, produzindo 190 mil m³/dia de biogás.

Essa energia limpa alimenta caldeiras e é utilizada na produção de eletricidade nas instalações da empresa, sendo também vendida a companhias de gás. Esses projetos reduziram a procura externa de gás natural, um combustível fóssil, em 20% e ajudaram a evitar a emissão de 650.000 toneladas/ano de GEE. A Companhia pretende expandir projetos de produção de biogás nos dois países.

Na Austrália, a JBS investe em projetos de biogás em parceria com a Energy360. O potencial é eliminar a emissão de 60 mil toneladas de CO₂ e economizar AUS$ 2 milhões por ano em despesas com gás natural. A empresa planeja novas iniciativas no México.

No Brasil, a JBS implementou a captura de metano em nove instalações da Friboi por meio de sistemas de tratamento de efluentes, permitindo a captura de mais de 80 mil metros cúbicos de biogás por dia. São investimentos de R$ 54 milhões, reduzindo 65% das emissões de escopo 1 do negócio e 24,6% para todas as atividades da empresa no Brasil.

O projeto de captura de emissões de metano industrial da JBS é o maior do setor produtivo de proteínas brasileiro, contribuindo para a redução do impacto ambiental de suas operações no país. A iniciativa aumenta a produção de energia renovável nas operações da JBS, que já produz energia elétrica limpa em uma planta de biomassa no complexo industrial de Lins, a Biolins.

Além disso, neste ano, a Companhia implementou um projeto em que 10 lojas da Swift no Brasil passaram a ser abastecidas com energia elétrica produzida por geradores de biogás.

Essas iniciativas se alinham aos esforços da JBS para ampliar o uso de energia renovável. Globalmente, 43% da matriz elétrica da empresa provém de fontes renováveis. A meta é chegar a 60% até 2030 e 100% até 2040. Atualmente, esse percentual é de 84% no Brasil e 100% na Pilgrim’s UK, por exemplo.