São Paulo exclui obrigatoriedade de marca a fogo em bovinos

Agora será possível utilizar um sistema de identificação específico com cores, sendo o amarelo e o azul designados para os tipos de vacina B19 e RB51, enquanto o vermelho será atribuído aos animais com diagnóstico positivo para brucelose e tuberculose

A Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo lançou nesta quarta-feira (28) uma nova marca para o agro paulista.

O secretário de Agricultura, Guilherme Piai, assinou portarias que criam o Programa Estadual de Bem-Estar Animal e que apresenta o novo modelo de identificação de vacinação contra a brucelose, retirando a obrigatoriedade de marca a fogo em bovinos.

Como funciona?

Agora será possível utilizar um sistema de identificação específico com cores, sendo o amarelo e o azul designados para os tipos de vacina B19 e RB51, enquanto o vermelho será atribuído aos animais com diagnóstico positivo para brucelose e tuberculose.

Estes identificadores se assemelham a pequenos brincos redondos com marcações distintas.

Gado, Brucelose, Marca A Fogo

Foto: Governo de São Paulo

A iniciativa visa fortalecer a imagem do setor no mercado nacional e internacional, abrindo novas oportunidades de negócios e consolidando o agronegócio paulista como referência em práticas responsáveis e inovadoras. Vale ressaltar que essa alternativa não é obrigatória, porém os pecuaristas do Estado de São Paulo agora têm essa opção de escolha.

“Hoje, São Paulo sai na frente mais uma vez com essa nova marca para o agro do Estado. Bem-estar animal significa segurança jurídica, garantindo um documento que comprova boas práticas, valorizando a pecuária paulista e abrindo novos mercados internacionais, cada vez mais restritivos”, destacou o secretário Guilherme Piai.

Por meio de medidas como a implementação de procedimentos básicos de bem-estar em eventos de concentração animal, a atualização das diretrizes do Programa Estadual de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose Animal e a oferta de uma alternativa à marcação a fogo para a vacinação contra a brucelose, o programa busca garantir um ambiente mais adequado e livre de sofrimento para os animais.

“Somos o primeiro Estado do Brasil a dar a alternativa de escolha ao pecuarista não marcar o gado. Para aqueles que optarem pelo novo modelo, o manejo será mais adequado, gerando menos estresse e facilitando a vida dos veterinários. Quanto melhor o produtor tratar o animal, mais lucrativa será a sua atividade. São Paulo lidera esse processo para que muitos outros estados brasileiros façam como nós, deixando um legado importantíssimo”, concluiu Guilherme Piai.

Aprovação do agro

Pecuária

Foto: Governo de SP

A cerimônia também prestou homenagem à pecuarista Carmen Perez e ao professor Mateus Paranhos, por suas relevantes contribuições à defesa do bem-estar animal. Seus trabalhos servem de inspiração para todo o setor agropecuário paulista.

A pecuarista Carmen Perez, concorda sobre os benefícios sustentáveis e produtivos da inovação lançada pela Secretaria de Agricultura.

“É um grande prazer saber que São Paulo, Estado de muita credibilidade, abra o caminho para essa escolha importantíssima. Já existem pesquisas no mundo todo demonstrando os prejuízos da marcação no animal, realizada em um local cheio de terminações nervosas. Parabenizo todos envolvidos no projeto que vai transformar a cadeia produtiva”, destacou a pecuarista e palestrante.

“É fundamental, uma marca para o Estado. A mudança de comportamento é sempre difícil, mas a cadeia produtiva não pode ficar vulnerável a isso”, afirmou Paranhos.

Segundo a pecuarista e Presidente da Câmara de Carne Bovina da Secretaria de Agricultura de São Paulo, Chris Morais a medida não só beneficia o bem-estar animal, mas também a sustentabilidade e a segurança alimentar.

“Fico muito feliz de fazer parte dessa iniciativa, ainda mais sendo a primeira mulher a presidir a Câmara de Carne Bovina de São Paulo. Na minha propriedade sempre preguei o bem-estar animal dentro da cadeia produtiva, por isso vejo como um grande avanço essa retirada da obrigatoriedade”.