Febre aftosa: Brasil avança na saúde animal com reconhecimento de zonas livres

A partir de 2 de maio deste ano, dezesseis estados mais o Distrito Federal serão reconhecidos oficialmente como áreas livres de febre aftosa sem necessidade de vacinação

O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) anunciou que dezesseis estados mais o Distrito Federal foram reconhecidos como áreas livres de febre aftosa sem necessidade de vacinação.

A partir de 2 de maio deste ano, essas regiões, entrarão oficialmente na lista de zonas livres da doença, uma medida que reflete o fortalecimento da sanidade animal no país.

O caminho para a excelência em sanidade animal

Febre Aftosa: Brasil Avança Na Saúde Animal Com Reconhecimento De Zonas Livres

Foto: Secretaria de Agricultura do Estado de São Paulo

Especialista em bem-estar animal, Mateus Paranhos discutiu a importância dessa evolução, destacando que a ausência de febre aftosa sem vacinação é um indicativo da excelência do país em promover saúde animal nos estados mencionados.

“Essa é uma evolução fantástica no cenário de saúde animal do Brasil, refletindo o nosso compromisso com o mais alto nível de sanidade”, destaca Paranhos. “Devemos lembrar apenas que a vacinação é vital para aqueles locais onde ainda há risco. Apesar disso, alcançar um status livre como agora demonstra a nossa capacidade de controlar e erradicar doenças na pecuária.”

A medida tem significativas repercussões econômicas, melhorando as perspectivas de exportação de carne bovina e outros produtos pecuários.

“A saúde animal é diretamente proporcional à produtividade e à competitividade no mercado global. Estar livre de febre aftosa sem vacinação abre portas para novos mercados internacionais.”

Contudo, o especialista lembrou os surtos de febre aftosa no passado, sublinhando a importância da vigilância sanitária.

“Precisamos estar vigilantes para não repetir os surtos que afetaram o Brasil e países vizinhos. A história nos mostra que a prevenção e o monitoramento ainda são essenciais”, afirmou.

Cuidados contra a febre aftosa

Pecuária, Certificação, Manejo

Foto: Embrapa

A prevenção de doenças vai além da vacinação, incluindo o manejo adequado do rebanho, a nutrição, o acesso à água limpa e a implementação de práticas sanitárias rigorosas.

“Manter a saúde do rebanho envolve uma abordagem integrada, combinando manejo adequado e vigilância sanitária contínua”, diz o especialista.

Paranhos ressalta algumas ações e cuidados para que o pecuarista possa manter a condição do gado livre da febre aftosa.

1. Vigilância sanitária rigorosa: manter um sistema de vigilância sanitária eficaz para detectar rapidamente qualquer sinal de febre aftosa e prevenir surtos.

2. Manejo adequado na vacinação: para os estados que ainda necessitam vacinar contra a febre aftosa, é crucial que a vacinação seja realizada com cuidado, minimizando o estresse para os animais e garantindo a eficácia da vacina.

3. Redução de estresse: evitar práticas que causem estresse excessivo nos animais durante o manejo, como gritos, corridas e uso inadequado de equipamentos, pois o estresse pode diminuir a eficácia da resposta imunológica à vacina.

4. Boas práticas de manejo: implementar práticas que respeitem o bem-estar dos animais, incluindo o manejo adequado  no curral e durante a vacinação, para evitar estresse desnecessário.

5. Nutrição adequada: garantir que os animais tenham uma boa nutrição e acesso constante à água limpa e fresca para manter a saúde geral e a resistência a doenças.

6. Educação e treinamento: proporcionar treinamento para os trabalhadores envolvidos no manejo dos animais, promovendo técnicas que respeitem o bem-estar animal e evitem o estresse durante procedimentos como a vacinação.

7. Monitoramento e controle de doenças: além da febre aftosa, outras doenças devem ser monitoradas e controladas, seguindo o calendário de vacinação e as diretrizes sanitárias para prevenir a disseminação de doenças infecciosas.

“Seguindo estas recomendações, é possível não só manter o rebanho livre da febre aftosa, mas também promover o bem-estar geral dos animais e a sustentabilidade da produção pecuária”.

Este avanço no status sanitário do Brasil reflete o compromisso do país com o bem-estar animal, a sustentabilidade ambiental e o fortalecimento do mercado agropecuário, alinhando-se com os objetivos de longo prazo de eliminar a febre aftosa sem a necessidade de vacinação até 2026.