Startup usa drones para acelerar o reflorestamento no Brasil

Segundo o CEO da Morfo Brasil, Gregory Maitre, a tecnologia da startup é capaz de superar as limitações do reflorestamento tradicional

A startup francesa Morfo está trazendo ao Brasil uma solução revolucionária para acelerar o processo de reflorestamento. Com o uso de imagens de satélite e drones, a empresa pretende aumentar significativamente a eficiência do plantio de árvores, reduzindo os custos e o tempo necessário para recuperar áreas degradadas.

Segundo o CEO da Morfo Brasil, Gregory Maitre, a tecnologia da empresa é capaz de superar as limitações do reflorestamento tradicional. Enquanto uma pessoa leva em média um dia para plantar de 0,5 a 1 hectare de área, com os drones da Morfo é possível cobrir impressionantes 50 hectares em um único dia.

O segredo dessa tecnologia está nas cápsulas produzidas pela Morfo. Elas contêm sementes germinadas, que são lançadas do ar pelos drones em locais de difícil acesso. Antes do lançamento, as sementes são ativadas e começam a germinar, garantindo sua viabilidade. Cada cápsula também contém os nutrientes necessários para o desenvolvimento inicial da árvore, eliminando a necessidade de passar meses em viveiros.

O processo de plantio é personalizado de acordo com as características do terreno. Imagens de satélite e fotos capturadas pelos drones são analisadas para determinar as espécies mais adequadas para cada área a ser restaurada. A escolha das sementes é feita em parceria com comunidades locais, garantindo a sustentabilidade do projeto.

Além disso, os drones utilizados pela Morfo são maiores e possuem maior autonomia de voo em comparação aos drones comerciais. Cerca de 75% do plantio é realizado por meio dessas aeronaves, enquanto o restante segue o método tradicional, com mudas plantadas manualmente. Essa abordagem híbrida resulta em uma redução de 50% no custo total de restauração por hectare.

Drone, Startup

Foto: Morfo

 

Startup: crescimento

A startup tem planos ambiciosos para catalogar até 375 espécies até 2024, facilitando a escolha das sementes para futuros projetos. No ano passado, a Morfo captou € 4 milhões em sua primeira rodada de financiamento, com investimentos liderados pelo Demeter IM e Raise Ventures, empresas focadas em transição ecológica e apoio a startups.

Além disso, a empresta está iniciando um projeto experimental na região de Santa Cruz Cabrália, a cerca de 30 km de Porto Seguro, na Bahia, onde a Mata Atlântica é presente. Após essa fase inicial, a startup planeja expandir para o Rio de Janeiro e o Paraná, realizando pilotos em áreas de 20 a 50 hectares ainda este ano.

A escolha da Mata Atlântica pela startup se deve ao seu grande potencial de restauração e biodiversidade. Além disso, a maturidade das comunidades locais e dos atores envolvidos no processo é um fator crucial para o sucesso da iniciativa.