SC lança projeto para captar e distribuir água em propriedades rurais

No estado as chuvas de dezembro ficaram abaixo do esperado, deixando ao menos 17 dos 295 municípios em estado de alerta e outros nove em estado crítico.

SC lança projeto para captar e distribuir água em propriedades rurais

Os produtores rurais de Santa Catarina contarão com um novo aporte de recursos do Governo do Estado para investimentos em sistemas de captação, armazenagem e uso de água.  Em 2022, o Programa SC Mais Solo e Água terá R$ 100 milhões disponíveis para ampliar a resistência hídrica no meio rural e minimizar os impactos das recorrentes estiagens.  Além disso, existe a sinalização da Assembleia Legislativa de mais R$ 50 milhões para reforçar essas ações.  

O Secretário Adjunto de Estado da Agricultura, da Pesca e do Desenvolvimento Rural de Santa Catarina, Ricardo Miotto Ternus, participou do programa Planeta Campo para falar sobre a estiagem no estado. “Santa Catarina desde 2019 enfrenta a estiagem. estamos com um déficit hídrico de 300 milímetros negativos. Falta muita chuva no nosso estado”, afirmou.

Estiagem 

No estado, além de irregulares, as chuvas do fim do ano passado ficaram abaixo do esperado durante o mês de dezembro, deixando ao menos 17 dos 295 municípios em estado de alerta e outros nove em estado crítico no que diz respeito às condições para garantir o abastecimento hídrico urbano, principalmente nas regiões oeste e extremo oeste do estado.

Este será o segundo ano consecutivo que o Governo destina recursos para o combate à estiagem. Em 2021, foram R$ 100 milhões em investimentos, que beneficiaram mais de 2,4 mil agricultores e 100 prefeituras. O Programa SC Mais Solo e Água possui linhas de apoio especiais com descontos que podem chegar a 75% do valor contratado no financiamento para construção de sistemas de armazenagem e distribuição de água.

Números 

A estiagem é causada pelo baixo volume de chuvas nas regiões Extremo Oeste, Oeste e Meio Oeste de Santa Catarina. A média de precipitações nesses locais é de, respectivamente, 20, 31 e 46 milímetros em 2021. Sendo que o esperado seria uma média em torno de 150 mm.

A principal preocupação do setor produtivo é a quebra na safra de milho – tanto milho grão quanto silagem – que deve impactar diretamente as cadeias produtivas de carne e leite. De acordo com as informações da Epagri/Cepa, a colheita estadual deve ter uma redução de 12,2%, sendo que nas regiões Oeste e Extremo Oeste algumas lavouras tiveram perdas de até 50%. Até o momento, as perdas são avaliadas em R$ 1,2 bilhão no meio rural catarinense.

Linhas emergenciais

A Secretaria da Agricultura mantém ainda dois programas com crédito emergencial para atender os agricultores catarinenses. Com o Reconstrói SC, os produtores têm acesso a financiamentos de até R$ 10 mil, sem juros e com cinco anos para pagar, para recuperação de sistemas produtivos. Caso o pagamento seja feito em dia há um desconto de 50%. 

Este ano, há a previsão orçamentária de pelo menos 150 milhões de reais em recursos próprios e outros 50 milhões da assembleia legislativa do estado. 

Assista o programa na íntegra: