Seca no Quénia: Milhões de pessoas têm dificuldade em encontrar comida

De acordo com a ONU, mais de 2 milhões de quenianos sofrem de insegurança alimentar grave.

Seca no Quénia: Milhões de pessoas têm dificuldade em encontrar comida

A seca devastou o norte do Quénia. O gado pereceu, os poços secaram e as pessoas ficaram sem sustento. Milhões têm dificuldade em encontrar comida. Especialmente as crianças estão em risco de subnutrição.O governo declarou desastre nacional em 10 de seus 47 condados. De acordo com a ONU, mais de 2 milhões de quenianos sofrem de insegurança alimentar grave.

Paises Africanos

Para a África, a emergência climática não é uma ameaça do futuro, é uma crise que já atinge milhões de pessoas, muitas vezes com consequências catastróficas.

Enquanto uma seca no sul de Madagascar tem mais de um milhão de pessoas à beira da fome, as chuvas torrenciais do Sudão do Sul, Uganda, Quénia, Senegal e outros países africanos deslocaram 1,2 milhão de pessoas no ano passado.

As secas prolongadas, o avanço dos desertos, o aumento da temperatura dos oceanos, a maior variabilidade das chuvas e a multiplicação de fenómenos meteorológicos extremos como ciclones ou inundações estão a deixar as suas marcas neste continente.

“Muitos desses eventos climáticos extremos não são novos na África, mas a crise climática está a aumentar a frequência e a intensidade, deixando impactos sem precedentes”, disse desde Nairóbi, a capital do Quénia, Linda Orgallo, do Centro da IGAD (Autoridade Intergovernamental sobre Desenvolvimento) para Previsão do Clima e as suas Aplicações (IPAC).

“A África é o continente mais afetado por esta crise devido à sua capacidade limitada de enfrentar ou se adaptar aos impactos do clima. A maioria das comunidades depende da agricultura de sequeiro, carece de sistemas de alerta precoce ou não tem infraestrutura ou recursos para resistir a esses golpes”, acrescenta Orgallo.

Perante a emergência climática, a África tem as piores cartas, e os cenários previstos por organizações como o Banco Mundial não são encorajadores: mesmo que medidas urgentes sejam postas em prática para mitigar os efeitos do aquecimento global, eventos climáticos extremos irão forçar dezenas de milhões de africanos a deixar as suas casas nos próximos 30 anos.

Fonte: Agência EFE