“Será um dos verões mais quentes da década”, indica meteorologia

Produtores do Rio Grande do Sul já sentem a falta de umidade; lavouras da região já estão com sinais de falta de chuva.

“Será um dos verões mais quentes da década”, indica meteorologia

O próximo verão deve ter influência do La Niña. O fenômeno acontece quando o resfriamento do Oceano Pacífico acontece em conjunto com mudanças na circulação dos ventos e chuvas na atmosfera tropical.

Geralmente, no Brasil, nós temos mais umidade nas regiões norte e nordeste e menos chuva no sul, com menor intensidade dessa vez. Segundo Desirée Brandt, o país já sente a influência do La Ninã. “Os produtores do Rio Grande do Sul já sentem a falta de umidade. As lavouras da região já estão com sinais de falta de chuva, apresentando folhas murchas, amareladas pela falta de umidade”, comentou. 

Assista a previsão do tempo:

Segundo informações do Clima Tempo, desde meados de janeiro deste ano, a Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos Estados Unidos (NOAA) já indicava a probabilidade de um novo evento de La Niña para a primavera e verão de 2021/22, fator responsável pela previsão de chuva abaixo da média em parte da região Sul neste período. De forma geral, é comum esse “repique” do La Niña após um evento tão duradouro expressivo quanto o registrado entre o inverno de 2020 e outono de 2021.

Desde então, a agência mantinha uma nova probabilidade de La Niña para a primavera e verão de 2021/22, mas a novidade de acordo com a última atualização é que o resfriamento prosseguirá além do verão e avançará ao longo do outono de 2022. De acordo com a NOAA, há 50% de chance de manutenção do fenômeno nesta estação, lembrando que existem três opções com 33% de chance cada um (El Niño, La Niña e neutralidade) e, portanto, 50% é mais que a metade de chance neste caso.

Entenda o la Niña

La Niña (“a menina” em espanhol) é um fenômeno oceânico-atmosférico caracterizado pelo resfriamento anormal nas águas superficiais do Oceano Pacífico Equatorial, ou seja, suas características são opostas as do El Niño (aquecimento anormal das águas do oceano Pacífico).

O fenômeno caracteriza-se pela intensificação dos ventos alísios, que sopram na faixa equatorial de leste para oeste. Com a intensificação dos ventos, uma quantidade maior que o normal de águas quentes se acumula no Pacífico Equatorial Oeste, enquanto no Pacífico Leste, próximo ao Peru e Equador, verifica-se a presença de águas mais frias, causando um aumento no desnível entre o Pacífico Ocidental e Oriental.

O aumento na intensidade dos ventos alísios provoca intensificação dos movimentos de ressurgência (subida das águas profundas e frias para as camadas superficiais do oceano) no lado leste do Pacífico Equatorial, junto à América do Sul. Essas águas profundas sobem carregadas de nutrientes e microorganismos que vão servir de alimento para os peixes, atraindo cardumes para as águas superficiais e favorecendo a pesca.

As águas quentes que ficam “represadas” mais a oeste do Pacífico gera evaporação e consequentemente ocorre formação de nuvens de chuva, que geram a célula de circulação de Walker (o ar quente sobe no Pacífico Equatorial Central e Oeste e desce no Pacífico Leste, junto à costa oeste da América do Sul), que fica mais alongada em anos de La Niña.

Assista o programa na íntegra: