Startup brasileira apresenta solução de conservação na COP26

GovTech Tesouro Verde é uma solução para conservação da biodiversidade em floresta, como estratégia de combate às mudanças climáticas.

Startup brasileira apresenta solução de conservação na COP26

Com o objetivo de  incentivar ações sustentáveis mundiais, o programa promovido pela CivTech Alliance, chamado The CivTech Alliance COP26 Scale-up,  selecionou startups para apresentar as suas tecnologias ao mundo. O processo envolveu instituições acadêmicas em 10 países em torno de três desafios globais: resiliência ambiental, desperdício de alimentos e descarbonização de veículos comerciais. 

Ideia brasileira 

Uma das iniciativas selecionadas foi a  GovTech Tesouro Verde,  do Grupo BMV. Por meio de um selo ESG, a startup busca garantir que florestas nativas sejam conservadas, ajudando no combate à crise climática. O processo ainda envolve o uso de blockchain, que tokeniza o certificado e permite, por meio de auditorias externas, a credibilidade da validação.

“Foi uma vitória sermos selecionados por apresentarem o crédito de conservação da biodiversidade com o uso de inovação tecnológica, como um instrumento que dá resposta concreta ao problema das mudanças climáticas. Trouxemos a solução para dois problemas: remuneração dos produtores rurais pela conservação e entregamos a facilidade para os empresários”, disse a CEO do Grupo BMV e economista, Maria Tereza Umbelino.

Para o Conselheiro Todd Chapman, a solução apresentada  beneficia o produtor rural e encoraja a adoção de posturas sustentáveis e de proteção ao meio ambiente. 

Na prática

Na COP26, foi apresentado o case do Estado do Amapá, que já emitiu R$ 3,5 bilhões em Cédulas de Produto Rural (CPR) Verde, referente a 35 mil hectares de matas nativas preservadas e sob responsabilidade do governo do Estado, transformadas em ativos ambientais e atualmente negociados na plataforma Tesouro Verde. O grupo BMV  atua na estruturação de operações financeiras com ativos ambientais.

Diferentemente da CPR convencional, onde o lastro do título é a produção de soja, milho, café e outras commodities, gerada em determinada área produtiva, a CPR Verde está lastreada nas áreas de mata nativas preservadas pelos agricultores. Segundo Maria Tereza, essas áreas de preservação são convertidas nas chamadas Unidades de Crédito de Sustentabilidade (UCS), que servem de lastro para a CPR. Cada UCS equivale a uma tonelada de carbono equivalente estocada nas florestas.

Cotonicultores

No Brasil, o programa  Floresta+Agro busca promover e reconhecer os serviços ambientais realizados pelos produtores rurais nas áreas de Reserva Legal e Áreas de Preservação Permanente.

Os cotonicultores foram os primeiros a aderir à iniciativa graças ao comprometimento com a sustentabilidade socioambiental demonstrado pela crescente adesão ao programa Algodão Brasileiro Responsável (ABR).   Segundo o presidente da Abrapa, Júlio Cézar Busato, 81% do algodão brasileiro possui o selo ABR e os demais 19% estão correndo atrás para obter a certificação, o que significa que 81% estão de acordo com o Código Florestal. “Isso é um ativo ambiental enorme e precisamos mostrar ao mundo”, destacou.