Em evento da SRB, FGV e USP fazem propostas para 5ª edição do Inventário Nacional de GEE

Debate realizado pelo Comitê de Sustentabilidade da instituição também contou a participação de representante do Mapa que destacou a importância de políticas públicas já implantadas no campo serem ainda mais representadas no inventário

O Inventário Nacional concentra todas as informações oficiais de emissões e remoções de Gases de Efeito Estufa de um país. A partir da iniciativa da Sociedade Rural Brasileira, a intenção é unir academia, iniciativas pública e privada para desenvolver ferramentas que levem em consideração manejos sustentáveis que já são colocados em prática na atividade agropecuária.

“A discussão sobre a construção do Inventário é de extrema importância. É o documento oficial que contabiliza as emissões do país e as emissões do setor”, disse o vice-presidente da SRB, João Adrien.

A cada edição, as informações do Inventário Nacional estão mais precisas, demonstrando o compromisso do país em estabelecer bases permanentes para avançar no conhecimento. A Embrapa já contribui com esse documento desde sua primeira edição em 2004. A partir desta quinta edição, a instituição estruturou uma plataforma temática de carbono unindo especialistas e parcerias para reforçar a agenda do Brasil nos acordos globais.

Duas parcerias importantes falaram no evento: a Fundação Getúlio Vargas (FGV) com a proposta de elaborar um monitor permanente para contribuir no Inventário Nacional e o Centro de Estudos de Carbono da USP, o Ccarbon, com propostas de prover soluções inovadoras e sustentáveis para que o Brasil continue a produzir alimentos, fibra e energia, porém com menor emissão de gases do efeito estufa.

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Foto: Envato

A representante do Ministério da Agricultura e Pecuária reforçou a importância de políticas públicas já implantadas no campo serem representadas ainda mais no inventário.

“Algumas tecnologias que reduzem as emissões são diretamente relacionadas com vários fatores, vários setores que contabilizam a agricultura. Carbono no solo é uma questão fundamental, manejo de pastagem e tantas outras tecnologias que o produtor brasileiro está implementando, mas por questões científicas e metodológicas a gente ainda não conseguiu essa evidência no inventário”, explicou a Secretária de Inovação e Desenvolvimento do Mapa, Renata Miranda.

O envio do relatório atualizado ocorre a cada quatro anos, em média, e é um compromisso assumido pelo governo brasileiro em 1998, ao promulgar a adesão do país à Convenção do Clima.

O maior desafio agora é o Brasil enviar um relatório bienal, ou seja, a cada 2 anos a partir de 2030. O responsável pelo envio, por esse reporte, é o MCTI, Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação.

Para a Sociedade Rural Brasileira a união de todos os elos da cadeia trará uma boa resposta. “Já faz um ano e meio que a gente conversa sobre metodologias de mensuração de carbono no solo porque a gente entende que é muito importante para o produtor rural. O papel da Rural é sentar todos na mesa e tentar juntar o que cada um está fazendo. O Brasil tem muitos dados, muitas informações, mas sinto que ficam muito soltos”, disse a coordenadora do Comitê de sustentabilidade da SRB, Maressa Vilela.